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sexta-feira, 12 de abril de 2024

Estudo sabotado por Bolsonaro revela contaminação por mercúrio de indígenas Yanomami

OURO ILEGAL

Estudo sabotado por Bolsonaro revela contaminação por mercúrio de indígenas Yanomami

Garimpo contaminou 100% dos indígenas em nove aldeias; pesquisador da Fiocruz lembra 'manobra' da Funai bolsonarista

Brasil de Fato | Lábrea (AM) |
 

Um estudo da Fiocruz que o governo Jair Bolsonaro (PL) tentou sabotar foi disponibilizado nesta quinta-feira (4) e revelou uma clara associação entre garimpo ilegal e contaminação por mercúrio na Terra Indígena (TI) Yanomami. A situação atinge principalmente mulheres grávidas e crianças. 

"Estamos diante de uma tragédia. Não tem outra palavra para definir. E essa tragédia tem múltiplos impactos que se estendem por distintas áreas da vida dos povos tradicionais", disse ao Brasil de Fato o médico Paulo Basta, pesquisador da Fiocruz.

Entre os impactos estão índices alarmantes de anemia, malária e desnutrição crônica, sobretudo em gestantes e crianças. O mercúrio usado na separação do ouro foi encontrado em 100% dos quase 300 indígenas examinados, com maior índice de contaminação em aldeias próximas a garimpos. 

"Nos casos graves de exposição crônica ao mercúrio, muitas vezes a mãe não consegue levar a gravidez até o final, sofrendo abortos de repetição. Quando ela consegue dar à luz e está com altos níveis de mercúrio, a criança pode nascer com deformidades congênitas, síndromes genéticas diferentes, paralisia cerebral, entre outros problemas", revela o pesquisador. 

 O estudo também constatou:

  • Apenas 15,5% das crianças com vacinas em dia 
  • Desnutrição aguda em mais da metade de menores de 11 anos
  • Anemia em 25% das crianças até 11 anos
  • Mais de 80% tiveram malária pelo menos uma vez, com média de três contaminações por pessoa.
  • 80% das crianças com déficit de altura, indicando desnutrição crônica 

 

QI de crianças abaixo da média 

Paulo Basta explicou que o metal pesado passa pela placenta da mãe para o bebê. Crianças Yanomami que nasceram aparentemente saudáveis apresentam desenvolvimento intelectual comprometido.

"Quando uma mulher gestante come um peixe contaminado, o mercúrio é absorvido no trato gastrointestinal, cai na corrente sanguínea, é distribuído por todo o corpo e, por intermédio da placenta,, chega até o feto que está em desenvolvimento", explicou Paulo Basta. 

Teste adaptados à cultura dos indígenas indicaram que o Quociente de inteligência (QI) médio das crianças foi de 68, abaixo do valor médio geral previsto em testes deste tipo, que é 100. Segundo o estudo, muitas dessas crianças apresentaram inteligência considerada limítrofe, mediana ou inferior. Em uma das aldeias, apenas uma criança apresentou QI mediano. 

"A criança que tem atrasos nos marcos do neurodesenvolvimento vai, por exemplo, demorar a sentar, a sustentar a cabecinha, a engatinhar, a dar os primeiros passos, a falar as primeiras palavras. Ela não vai brincar do mesmo jeito que as outras crianças brincam, vai ter dificuldade de aprendizado, vai receber bilhetinhos do professor dizendo que não está seguindo as orientações na escola", exemplifica o médico da Fiocruz. 

Governo Bolsonaro tentou interditar pesquisa 

A pesquisa liderada pelo Fiocruz foi realizada em outubro de 2022 com indígenas Yanomami do subgrupo Ninam. Equipes formadas por médicos, biólogos e geógrafos visitaram nove aldeias no Alto Rio Mucajaí, uma áreas mais afetadas pelo garimpo ilegal.  

Um ano antes, em outubro de 2021, os pesquisadores solicitaram autorização para ingressar na TI Yanomami, mas foram barrados pela Funai. A justificativa do órgão indigenista foi a pandemia de covid-19, embora a equipe integrada por nove médicos estivesse lá para atuar justamente na área da saúde. 

"Foi uma manobra política clara de sabotagem que prejudicou nosso trabalho e inviabilizou a avaliação da população naquele momento", avaliou Paulo Basta.

O médico da Fiocruz diz que negativa da Funai causou indignação e frustração na equipe, que já estava mobilizada para ingressar na TI Yanomami. Segundo ele, é possível que os dados fossem ainda mais graves se a pesquisa fosse realizada dentro do calendário original.

"Com o fim do do decreto da pandemia, em abril de 2022, nós ingressamos novamente com um pedido. E aí a Funai não teve como negar novamente", lembrou.

Desde janeiro de 2023, uma força tarefa interministerial afirmou ter expulsado 65% dos invasores, mas 7 mil garimpeiros seguem no território, muitos ligados a facções criminosas. O governo federal também criou um centro de operações voltado ao território e instituiu uma casa de governo em Boa Vista (RR).

"Crianças nascem sem braços", diz líder Yanomami

Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, disse ao Brasil de Fato que, os garimpeiros continuam a invadir a terra indígena, embora reconheça mudanças entre os governos Bolsonaro e Lula.

"O novo governo [Lula] pegou a situação [da TI Yanomami] com muito problemas. Tinha muitas doenças, muito garimpo. O governo queria a proteger a população Yanomami, principalmente as crianças, principalmente eliminar o garimpo ilegal. Então isso ele não conseguiu fazer", avaliou Dário. 

Kopenawa diz que o garimpo ilegal não só prejudica a saúde, mas também causa problemas sociais graves, como aumento do alcoolismo, prostituição e violência. Os jovens Yanomami são atraídos pelos garimpeiros com oferta de álcool, armas e celulares, comprometendo a coesão cultural e social das comunidades.

"As crianças nascem sem braços, já está acontecendo isso. As mulheres estão com problema de infecção urinária e outros sintomas. [O garimpo] está afetando os problemas de cabeça, neurológicos, que estão [deixando os indígenas] meio perturbados. Outras crianças já morreram", narra Dário Kopenawa.

Efeitos do mercúrio não sumirão com os invasores 

Todos os 287 indígenas testados tinham mercúrio no organismo: 84% tinham níveis de contaminação acima de 2 microgramas e quase 11% apresentaram mais de 6 microgramas, índice considerado alto que requer atenção especial e investigação complementar.

Atualmente a região onde ocorreu o estudo serve como reduto de garimpeiros armados que desafiam a operação de expulsão liderada pelo governo federal, que começou em janeiro de 2023, mas até agora não conseguiu concluir a retirada dos invasores. 

"Se hoje nenhuma gota de mercúrio for despejada na terra Yanomami, nós teremos que manejar todos esses efeitos por pelo menos um século. Ele pode permanecer no ambiente sob diferentes formas por até 100 anos", explica Basta. 

O estudo é intitulado Impacto do mercúrio em áreas protegidas e povos da floresta na Amazônia: uma abordagem integrada saúde-ambiente. Os trabalhos foram conduzidos pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), que contou com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA).

Trabalho ininterrupto, diz Ministério dos Povos Indígenas 

Em comunicado enviado ao Brasil de Fato no início de março, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) declarou que o Ibama atua ininterruptamente na TI Yanomami desde fevereiro de 2023.

"As principais linhas de ação para acabar com o garimpo ilegal são o bloqueio do fluxo de suprimentos para a mineração ilegal (combustível, alimentos, peças de reposição etc.), com o objetivo de inviabilizar a permanência dos garimpeiros e a apreensão e destruição da infraestrutura para mineração ilegal (aeronaves, motores, barcos, acampamentos, equipamentos etc.), com o objetivo de descapitalizar e incapacitar os infratores", disse o MPI. 

*Texto atualizado às 16h de 4/04 para inclusão do posicionamento da Hutukara Associação Yanomami

Edição: Thalita Pires

https://www.brasildefato.com.br/2024/04/04/estudo-sabotado-por-bolsonaro-revela-contaminacao-por-mercurio-de-indigenas-yanomami#:~:text=O%20mercúrio%20usado%20na%20separação,final%2C%20sofrendo%20abortos%20de%20repetição.

Veja Mais: https://marialopes2eahomeopatiaparatodos.blogspot.com/2023/07/porque-o-mercurio-ainda-e-uma-ameaca.html

Veja mais : 

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Porque o mercúrio ainda é uma ameaça à saúde humana e planetária.

Blog. Maria Lopes e as Personalidades da Homeopatia.

 Porque o mercúrio ainda é uma ameaça à saúde humana e planetária. 


Todas as pessoas estão expostas ao mercúrio a um certo nível — seja pela comida que comemos, pelo ar que respiramos ou pelos cosméticos que utilizamos. A inalação ou ingestão de grandes quantidades de mercúrio, no entanto, pode resultar em sérias consequências neurológicas. Os sintomas podem incluir tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e — em casos extremos — morte.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dois grupos são especialmente vulneráveis: fetos, cujas mães têm altos níveis de mercúrio em seu sangue, e populações que são frequentemente expostas a altos níveis de mercúrio, como pescadores de subsistência.

A fim de enfrentar este desafio global, representantes de governos, entidades das Nações Unidas, academia e sociedade civil se uniram durante a quarta reunião da Conferência das Partes para a Convenção de Minamata sobre Mercúrio

Durante o encontro, que aconteceu entre 21 e 25 de março em Bali, na Indonésia, as representações discutiram questões sensíveis fundamentais como a estrutura para avaliar a eficácia da Convenção, a lista de eliminação gradual de produtos que contêm mercúrio, e como lidar com os impactos do mercúrio na saúde.

O nome da Convenção tem origem na baía japonesa onde, em meados do século XX, o esgoto contaminado por mercúrio resultante das indústrias envenenou milhares de pessoas, causando problemas de saúde graves que ficaram conhecidos como o “Mal de Minamata”. Desde que entrou em vigor em 2017, a Convenção tem como objetivo controlar o fornecimento e o mercado de mercúrio, reduzir o uso, a emissão e a descarga deste elemento, sensibilizar as pessoas e promover a capacitação institucional necessária. Em 2017 ocorreu a primeira reunião e, atualmente, conta com 137 partes.

Embora os níveis de mercúrio possam ser medidos com amostras de sangue, cabelo ou urina; aqui estão algumas formas de exposição diária dos seres humanos a esse elemento:

Consumo de peixe

Um pesquisador mede os frutos do mar para detectar a presença de metais como o mercúrio e o chumbo. Foto: Shutterstock

Os frutos do mar são a principal fonte de proteína para mais de três bilhões de pessoas em todo o mundo. Como o mercúrio se "bio-acumula" na cadeia alimentar, peixes maiores como tubarão, espadarte, atum e espadim tendem a ser especialmente ricos em mercúrio. As pessoas que consomem quantidades muito altas de frutos do mar podem ser expostas a altos níveis de metilmercúrio, um composto orgânico que se acumula nos corpos dos peixes.

O envenenamento por mercúrio proveniente do consumo de animais marinhos tem sido visto entre grupos indígenas em muitas partes do mundo, especialmente no Ártico. O consumo per capita de frutos do mar nessas comunidades pode ser até 15 vezes maior do que em grupos não indígenas, de acordo com a Avaliação Global do Mercúrio de 2018 (Global Mercury Assessment 2018, em inglês) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Cosméticos

Os cosméticos estão repletos de materiais potencialmente perigosos, incluindo microplásticos e mercúrio. Foto: Unsplash / Elizabeth Favara
O mercúrio também pode ser encontrado em produtos de beleza, particularmente em cremes para clarear a pele, mas também em produtos de maquiagem e de limpeza dos olhos. Enquanto muitos países impuseram leis proibindo o mercúrio dos cosméticos, outros ainda não o fizeram, onde produtos que contêm mercúrio ainda são encontrados nos principais varejistas on-line. Os consumidores que procuram evitar o elemento tóxico devem comprar produtos de fornecedores confiáveis e garantir que estejam devidamente selados e rotulados. A Organização Mundial da Saúde oferece mais informações sobre o tema.

Mineração em pequena escala


Garimpeiros de ouro em pequena escala no Rio Cisero, Java Ocidental, Indonésia. Foto: Reuters / Dika Fadilah

Os trabalhadores de garimpos artesanais e de pequena escala usam regularmente mercúrio para ajudá-los a separar o ouro de outros materiais, e a maior parte desse mercúrio acaba no meio ambiente. Em 2015, de acordo com a Avaliação Global do Mercúrio de 2018, o garimpo artesanal e em pequena escala lançou cerca de 800 toneladas de mercúrio no ar, aproximadamente 38% do total global, e cerca de 1.200 toneladas na terra e na água. O envenenamento por mercúrio também representa uma ameaça grave e direta à saúde dos 12 a 15 milhões de pessoas que trabalham no setor em todo o mundo. A redução das emissões e liberações desse metal na mineração é um objetivo chave da Convenção Minamata, que exige que os países com extração de ouro em pequena escala produzam planos de ação nacionais para reduzir ou eliminar o mercúrio do setor.  

https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/por-que-o-mercurio-ainda-e-uma-ameaca-saude-humana-e-planetaria 

Riscos à saúde

Na Península Ibérica, cientistas encontraram as primeiras evidências de envenenamento por mercúrio em ossos humanos, com cinco mil anos, devido a exposição a níveis altos desse elemento no corpo.[5]

Geralmente quem foi intoxicado pelo vapor do mercúrio pode apresentar sintomas como dor de estômagodiarreiatremoresdepressãoansiedadegosto de metal na bocadentes moles com inflamação e sangramento na gengivainsôniafalhas de memória e fraqueza muscularnervosismomudanças de humoragressividadedificuldade de prestar atenção e até demência. Mas pode contaminar-se também através de ingestão. No sistema nervoso, o produto tem efeitos desastrosos, podendo dar causa a lesões leves e até à vida vegetativa ou à morte, conforme a concentração.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Merc%C3%BArio_%28elemento_qu%C3%ADmico%29


O que acontece quando alguém é envenenado por mercúrio?

Quando uma pessoa respira vapores de mercúrio, os venenos podem ir para o cérebro – o que significa que pode ser perigoso. Se o mercúrio danificar seu cérebro, ele pode fazer você:

  • Sentir-se mal-humorado o tempo todo
  • Sentir-se tímido ou nervoso
  • Fazer você tremer (tremer)
  • Ter problemas para ouvir
  • Ter problemas para lembrar de coisas
  • Fonte

    Mythopedia

    Thought Co

  • https://clubedaquimica.com/2022/04/25/fiquei-preocupado-peguei-na-bolha-de-mercurio/

  • "Resumo sobre contaminação por mercúrio

    O mercúrio é um elemento metálico tóxico que ocorre na natureza em diversas rochas e em depósitos de carvão.

    As principais formas de contaminação por mercúrio são a contaminação ocupacional e a contaminação ambiental.

    A contaminação por mercúrio afeta os sistemas nervoso, digestivo e renal, podendo levar à morte.

    A contaminação em Minamata é a maior tragédia mundial relacionada à contaminação por mercúrio.

    No Brasil, a exposição de populações indígenas aos resíduos tóxicos gerados pela ação de garimpos ilegais já é um desastre ambiental.

    Descartar adequadamente os objetos que possuem mercúrio e melhorar as técnicas de extração são algumas das medidas que devem ser tomadas para evitar a contaminação por mercúrio."

    Veja mais sobre "Contaminação por mercúrio" em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/contaminacao-por-mercurio.htm

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Maria Lopes e Artes Completa 15 anos em Julho de 2023.

 

Maria Lopes e Artes Completa 15 anos em Julho de 2023.

Maria Lopes e Artes.
Maria Lopes e Artes Completa 15 anos





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Nossos sinceros, Agradecimentos.
Aos que nos visitam, saibam que vocês são os responsáveis pelo nosso crescimento na Web.  
Sabemos que postar sobre Cultura é um verdadeiro
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